Anvisa ainda não recebeu qualquer pedido de registro do produto no BrasilVocê usaria uma camisinha com uma espécie de Viagra, o mais popular remédio contra disfunção erétil? Pois essa é a proposta da farmacêutica britânica Futura Medical, que desenvolveu um preservativo com gel que aumenta o fluxo sanguíneo no pênis e prolonga a ereção.
O preservativo CSD500 possui um gel vasodilatador, que seria utilizado para o tratamento da angina – forte dor no peito causada pela falta de fluxo sanguíneo para o coração.
Segundo a Futura Medical, 88% dos usuários de camisinha estariam interessados em adquirir o novo o produto, que foi licenciado pela empresa Durex e passa por regulamentação no Reino Unido – onde os órgãos de saúde consideram sua aceitação como uma promessa de diminuir a taxa de doenças sexualmente transmissíveis. Se for aprovado por lá, deve começar a ser vendido em 2012.
No Brasil, ainda não há previsão da chegada da “camisinha-Viagra” ao mercado. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, não há qualquer solicitação de registro do produto.
Alerta. Mesmo parecendo uma ideia interessante para algumas pessoas que conversaram com O TEMPO, há quem questione a eficácia do produto. Segundo o andrologista e urologista Luiz Otávio Torres, os estimulantes para ereção são formulados para uso por via oral ou por meio de injeção e, portanto, seu uso tópico não seria indicado.
“Não existem formas para serem absorvidos pela pele”, afirma o ex-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia/Regional Minas Gerais e ex-presidente da Sociedade Latino-Americana de Medicina Sexual.
Além disso, Torres alerta ainda que a “camisinha-Viagra” não tem comprovação científica. “Isso serviria para melhorar a ereção, mas, para o cara colocar a camisinha, ele tem que ter ereção, então o preservativo perde o sentido”, diz.
Segundo o médico, para provocar ereção, são usados medicamentos orais ou injetáveis, mas não cremes, que podem ter efeitos colaterais indesejáveis. “Medicamentos na pele (transdérmicos) para levar à ereção não têm bons resultados. A principal complicação de medicamentos pela pele é irritação cutâneas”, aponta.
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